quinta-feira, 3 de novembro de 2005

167.

Olga Levchenko

Meu adorado Mestre,
Ontem, interrompi-Te enquanto falavas (coisas importantes!) e mudei de assunto, ainda por cima, para falar de trivialidades!!... Faltei-Te ao respeito e fui mal-educada, demonstrando desinteresse pelos Teus negócios. Ficaste irritado comigo e acabaste por usar a cana.
Antes de o fazeres, eu supliquei que me perdoasses, pois não me sentia em forma para aguentar o castigo que merecia. Apesar das minhas súplicas, prosseguiste! "Disciplina é disciplina!..." foi o Teu argumento.
Ao fim de duas vergastadas, já eu me contorcia de dor e sentia as lágrimas a saltar dos meus olhos! Não sei quantas vezes me bateste (não as contei)... não foram muitas, apesar de terem sido demasiadas para a minha resistência nesse momento. Acabei num pranto solto, ajoelhada no chão, agarrada aos Teus joelhos, sem forças para mais nada para além de soluçar e deixar correr as minhas lágrimas.
Tiveste de me levantar do chão, depois deste-me mimos... Quando me questionaste acerca do sucedido, reagi como qualquer criança mimada: disse que tinhas sido injusto e fiz-Te triste com isso. Hoje, quando falámos de novo sobre o assunto, voltei a repeti-lo, mas, pensando melhor, chego à conclusão que foste justo e até comedido no castigo, tendo em conta a minha atitude que Te levou ao ponto de me disciplinar.
Não me tenho comportado como uma Escrava, é verdade... Peço-Te desculpa pelo meu mau comportamento e agradeço-Te por me fazeres entrar na linha sempre que me desvio dela.
Acho que tão cedo não me esqueço, a avaliar pela dor que ainda sinto no meu rabinho e pelos altos que consigo tactear mesmo através das calças que trago vestidas... ainda nem tive coragem de ver ao espelho as marcas que ficaram, mas penso que a pele terá rompido num ou dois pontos, pois arde muito e não é a dor do costume...
Depois da cana, ficar no Teu colo, ser abraçada como só Tu me abraças, sentir a carícia dos Teus lábios na minha pele, enquanto sentia as lágrimas a correrem pelo meu rosto e o meu corpo a ser sacudido pelos soluços, fez-me sentir em Paz! (Talvez fosse esse o brilho especial que dizes ter visto nos meus olhos! Excitação não era, certamente!...) Olhar nos Teus olhos fez-me sentir tranquila, amada e certa de que Te amo, mesmo quando me sinto desconfortável e sentida por ter sido disciplinada.
Em momento algum tive pensamentos contra Ti, Mestre!... Mesmo enquanto me dizia injustiçada e como qualquer criança despeitada e impotente face à autoridade, dizia que eras mau para mim, eram apenas palavras jogadas boca fora. Continuei a adorar-Te em cada segundo deste episódio; por momento algum deixei de gostar de Ti! Por estranho que pareça, penso que gostei ainda mais um bocadinho do que já gostava.
No final de tudo, só lamento o meu comportamento antes da Tua "intervenção". Sei que és um homem bom, justo e que só me disciplinas quando eu já passei todas as marcas! Tudo o que disse entretanto foi por pura birra :(
Concluo com tristeza que que ainda tenho muito para andar até me tornar uma boa escrava! Quero ser a Tua escrava, por vezes chego a iludir-me com a ideia de que o sou, ou que estou muito perto de o ser, mas a verdade é que tenho muita dificuldade em comportar-me convenientemente e Te desiludo: sou uma vergonha! Às vezes penso que se me apresentasses a outro Dominador, ou mesmo a uma verdadeira escrava, eu seria uma anedota, pois faria tudo errado! :(( Pareço mais é uma criança traquinas, de bom coração, cheia de boas intenções, mas sempre a fazer asneira!
Sinto-me triste, Mestre, não conTigo, mas comigo mesma, pois apesar do tempo e da atenção que me tens dedicado, eu pouco proveito tenho tirado deles. O que me custa mais é constatar que sou muito mais limitada do que eu me julgava!... e como eu detesto sentir-me pequena perante mim mesma!!!...
Eu adoro-Te, Mestre!... cada vez mais! Beijos grandes.